Cerâmica e os povos nativos do Brasil: a produção das mulheres karajá e kadiwéu
Percebe-se em muitos povos nativos da América do Sul um grande desenvolvimento na produção em cerâmica. O Brasil não é exceção: há muitos exemplos de povos que produzem cerâmica que se distinguem pela diversidade e refinamento, dentre eles os Karajá e os Kadiwéu.
Os Karajá, ou povo Iny, habitam o Estado do Tocantins, enquanto os Kadiwéu localizam-se no Estado do Mato Grosso. A cerâmica figurativa karajá baseia-se em conhecimentos ancestrais que são compartilhados oralmente entre as mulheres de geração para geração. As chamadas bonecas ritxoko representam imageticamente todo o universo material e simbólico do povo Karajá. Por esses motivos, a cerâmica Karajá é reconhecida pelo IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional como Patrimônio Cultural Imaterial desde o ano de 2012. Assim como os Karajá, os Kadiwéu baseiam-se nos conhecimentos ancestrais na elaboração de sua produção em cerâmica.
A partir de imagens, do contato com alguns exemplares das bonecas ritxoko trazidas em aula e de vídeos que mostram e comentam o trabalho das mulheres ceramistas do povo Karajá, os alunos do 4º ano fizeram uma livre interpretação sobre as ritxoko e outros exemplos de cerâmica figurativa do povo estudado. Dessa forma, compreenderam a diversidade cultural e social dos povos originários do Brasil, bem como as relações mais equilibradas entre ser humano e natureza.
Thaís Hércules
Professora de Arte do 3º ao 5º ano