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Assembleia na Educação Infantil

Assembleia na Educação Infantil

Na Educação Infantil muito se vê e ouve das rodas. Elas existem em muitos momentos na nossa jornada com propósitos diferentes. Na chegada há a roda do bom dia, na qual nos saudamos, conversamos sobre nosso dia a dia e compartilhamos fatos cotidianos da vida de cada um.

Há as rodas de histórias, nas quais desfrutamos prazerosamente de histórias e viagens imaginárias, ampliando o repertório de mundo, de imagens, de ideias e de criatividade para as crianças.

E temos as rodas de conversas com diversos temas. A forma circular é apropriada para que todos possam se ver e escutar, estando todos dentro da mesma posição, sem nenhum estar em destaque, demonstrando que todos são importantes para o momento vivenciado.

No Infantil III B começamos a nossa roda de conversa com um tópico: O que é uma assembleia?

“É um tipo de animal?”

“É um tipo de ajuda.”

“É quando quebra o brinquedo ou quando não deixa brincar.”

“É para a gente ajudar o outro.”

“É quando ajuda ou brinca ao invés de brigar.”

“Eu acho que é uma roda.”


Explicamos às crianças que a assembleia é uma roda de conversa para resolver fatos ou episódios que não estão dando muito certo ou que estão incomodando pessoas do nosso grupo, como o que aconteceu com o Jogo Pinote, depois do lanche, quando elas não conseguiram conversar e dividir o brinquedo para seguir as regras do jogo.

Combinamos de fazer assembleia no nosso grupo sempre que alguma coisa não estiver confortável para alguém ou para alguns. Nesses momentos, vamos ouvir quem quiser falar, sem interromper e respeitar o que está sendo falado para depois falar também. Depois que todos forem ouvidos, vamos juntos encontrar a melhor maneira ou uma possível solução para que nossa convivência e nossas relações possam ser melhores.

Todos se posicionaram sobre o episódio do jogo, mostrando o que tinha acontecido, justificando cada um sua atitude e defendendo suas ações. Acolhidos os fatos, sentimentos e ações, juntos confeccionamos um cartaz, combinando que a cada assembleia teríamos um tema e eles sugeriram que conversássemos sobre desfazer amizade, mas que não podia faltar ninguém neste dia.

DIVIDIR OS BRINQUEDOS

– Conversar e não brigar.

– Não tirar o acessório do jogo da mão do colega.

– Respeitar a vez do outro.

– Ficar calmo.

– Deixar o colega arrumar o burro para iniciar a rodada.

– Seguir as regras do jogo.

– Cuidar dos brinquedos.


As crianças muito pequenas copiam o tipo de respeito dos adultos de referência, ou seja, elas necessitam que as regras sejam externas. Já para as crianças maiores, as regras podem ser negociadas, inclusive permitindo que elas tomem decisões por algumas delas e tenham a oportunidade de perceber as implicações.

As assembleias são o momento institucional da palavra e do diálogo. Momento em que o coletivo se reúne para refletir, tomar consciência de si mesmo e transformar o que seus membros consideram oportuno, de forma a melhorar os trabalhos e a convivência. (Puig, 2000).


Além de ser um espaço para a elaboração e reelaboração constante das regras que regulam a convivência escolar, as assembleias propiciam momentos para o diálogo, para a negociação e o encaminhamento de soluções dos conflitos cotidianos. Dessa maneira, contribuem para a construção de capacidades psicomorais essenciais ao processo de construção de valores e atitudes éticas. (Araújo, 2004).


Referências:

ARAÚJO, U.F. Assembléia Escolar: Um caminho para a resolução de conflitos. São Paulo: Moderna, 2004. http://www.ulissesaraujo.com/livros/

PUIG, J.M. e outros. Democracia e Participação Escolar. São Paulo: Moderna, 2000.

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