Ao circular pelos bairros de São Paulo, o grafite é uma constante. Em muros e prédios, a cidade se configura como um grande museu a céu aberto com o trabalho de diferentes grafiteiros. Atualmente tem sido comum empresas e pessoas contratarem artistas para dar personalidade às paredes. Mas, nem sempre foi assim…
O grafite é uma expressão artística indissociável do espaço urbano. Surgiu nos bairros negros de Nova Yorque, na década de 1970, como uma forma de reivindicar o espaço público e como forma de contestação. O grafite faz parte de um movimento cultural maior que engloba o rap e o break dance.
No Brasil o grafite não demorou a ganhar as ruas. No caso específico de São Paulo, se tornou um espaço que permitiu a formação de diferentes gerações nos últimos anos. Nem sempre foi bem visto e os muros foram espaços de disputa entre grafiteiros, polícia e poder público. Mas atualmente temos até pontos turísticos que se tornaram conhecidos graças ao grafite, como é o caso do Beco do Batman na Vila Madalena.
Neste último bimestre os educandos do 5° ano conheceram um pouco mais sobre essa manifestação artística e foram convidados a pensar que palavras grafitariam nos muros da cidade. Os alunos também vivenciaram a técnica do estêncil, que também é bastante usada pelos grafiteiros.
Pensar as relações entre arte e cidade são fundamentais na formação dos nossos educandos, para que pensem que tipo de mundo queremos viver, exercitar o espírito crítico e compreender que a Arte é uma forma de pensar criticamente o mundo.
Temos certeza que esta vivência os repertoriou para, quando chegarem ao 9° ano, grafitar os muros da nossa escola.
Thaís Hércules, professora de Arte